Os gatos são animais assustadiços. Fogem de qualquer barulho mais alto, saltam com qualquer movimento inesperado, têm medo de tomar banho e qualquer coisa lhes põe o pêlo eriçado com o medo. Mas quando é que este tipo de reações deixa de ser “normal”? O que fazer quando o nosso gato sofre de stress excessivo? Neste artigo, tens todas as repostas relativas à ansiedade nos gatos.
O que é a ansiedade nos gatos?
A antecipação do perigo pode levar os gatos a reagir de forma exagerada e a demonstrar comportamentos típicos de medo, na ausência de qualquer perigo real. A ansiedade nos gatos é um problema relativamente comum e manifesta-se nos mais variados comportamentos, que muitas vezes podem passar despercebidos.
Quais são os sintomas?
O sintoma mais frequente de ansiedade nos gatos é comportamento destrutivo — como, por exemplo, arranhar móveis, destruir cobertores e cortinas, roer cabos, etc. —, ou compulsivo, como coçar ou lamber demasiado, podendo chegar ao ponto em que arrancam o próprio pêlo (alopecia psicogénica).
Mas os sintomas não se ficam por aqui. Eis os sinais de fácil identificação:
- Redução da atividade normal;
- Não usar a caixa de areia;
- Agressividade;
- Aumento de vocalização;
- Letargia;
- Diarreia e/ou vómitos;
- Mudanças de apetite ou perda de peso;
- Feridas causadas por excesso de lambidelas.
Um veterinário, ou mesmo um dono mais atento, pode identificar alguns sintomas menos óbvios:
- Evitar o contacto visual;
- Pupilas mais dilatadas;
- Aumento da frequência respiratória;
- Orelhas mais baixas e para os lados;
- Cauda posicionada mais próxima ao corpo.
Nota: Alguns dos sintomas de ansiedade podem manifestar-se apenas na presença do veterinário. Isto pode significar que o Sr. Doutor é, precisamente, o gatilho de ansiedade.

Quais são as causas da ansiedade nos gatos?
As causas deste tipo de comportamentos podem ser várias, pequenas ou grandes, recentes ou históricas. Seguem algumas das causas mais frequentes:
- Mudança de casa;
- Alteração de rotinas (associada à ansiedade por separação, de que falamos mais abaixo);
- Introdução de novas pessoas ou novos gatos;
- Dor ou outro problema físico;
- Exposição a algum tipo de tóxico;
- Doenças infeciosas que afetam o sistema nervoso;
- Experiências traumáticas passadas, como maus tratos ou abandono;
- Envelhecimento, que pode levar a condições psiquiátricas como demência.
O que é a ansiedade por separação?
A ansiedade por separação manifesta-se quando o gato demonstra sinais de ansiedade na ausência dos donos ou outros animais com que se dê bem. Os gatos que sofrem deste tipo de ansiedade tendem a seguir os donos pela casa e exigir-lhes demasiada atenção, ou, quando antecipam a saída dos donos, podem começar a esconder-se ou a miar de descontentamento.
Já quando estão sozinhos, podem ter comportamentos destrutivos. Se encontras frequentemente mobiliário arranhado ou objetos destruídos quando chegas a casa, é possível que o teu bichano esteja a sofrer ansiedade por separação.
Como lidar com este problema?
A melhor coisa a fazer se detetares os sinais de ansiedade é contactar um veterinário — na verdade, os sintomas podem mascarar outras condições, que o veterinário deve descartar antes de propor um plano de ação.
Geralmente, a solução para a ansiedade nos gatos passa pela identificação e eliminação dos gatilhos (ou seja, fazer alguma mudança no espaço ou na rotina) e a criação de um ambiente mais agradável e/ou relaxante para o gato.
Os arranhadores, acesso a janelas e vários tipos de brinquedos para gato podem ajudar a distraír e reduzir os sintomas de ansiedade. A erva-gateira pode também ser uma boa opção (seja em brinquedos, em planta viva, ou em spray) para deixar os bichos mais relaxados.
No entanto, é crucial tentar eliminar a fonte do problema e não focar apenas na mitigação dos sintomas.